Pelos idos de 1985, ganhei uma caneta MONT BLANC 149. Ganhei é uma forma sutil de dizer que enchi tanto o meu pai que ele me deu a dele.
Com o passar do tempo, comprei mais algumas canetas e me dizia colecionador delas. Passei a entender um pouco sobre a nomenclatura das partes, seu funcionamento e a melhor forma de usá-las. A partir de então, comecei a formar minha preferência e passei a usar com maior frequência as canetas PELIKAN. Comecei com a M400, passei por algumas esferográficas e rollerball, diversas M200 – que considero como as pequenas jóias dos instrumentos de escrita – e assim foi. Mais algumas canetas de diversas marcas e já tinha, então, um apanhado considerável delas. Sempre mostro para meu pai as novas aquisições e falamos sobre elas e da bendita caneta que “ganhei” dele. E foi assim que, ao querer retribuir o presente que me levou ao hobby que mantenho até hoje, comprei uma caneta para ele. Comprei a caneta que achava que o melhor pai deveria ter, por isso, comprei a que considerava a melhor caneta que, para mim, existia na época: uma PELIKAN M800.
Hoje em dia falamos da caneta que dei para ele e não mais da caneta que “ganhei” dele.